O holandês Jan Wiegerinck, aos 88 anos e em plena atividade, comanda a Gelre, empresa pioneira em serviços temporários e terceirizados
O presidente da Gelre Trabalho Temporário, doutor Jan Wiegerinck nasceu na Holanda (região de Gelre) em 1927 e chegou ao Brasil em 1955. Inicialmente trabalhou no Banco Holandês Unido. Em agosto de 1963, Jan Wiegerinck decidiu iniciar o próprio negócio e fundou a Gelre, empresa de terceirização e serviços temporários. São mais de 52 anos de história e 4,5 milhões de carteiras de trabalho assinadas, o que coloca a empresa como uma das maiores empregadoras da história do Brasil. Aos 88 anos, Jan Wiegerinck continua à frente da empresa e recentemente esteve em Araçatuba para uma palestra para empresários. Com vários livros publicados na área de relações do trabalho, doutor Jan, como tratado dentro da empresa, defende o diálogo entre patrões e colaboradores como a melhor ferramenta para o bom relacionamento.
Formado em Direito pela Universidade de Nimega (Holanda) e concluiu a pós-graduação em Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. Naturalizou-se brasileiro em 1972. Nestes 60 anos de Brasil, Jan Wiegerinck passou por dezenas de ministros do Trabalho, diferentes moedas, muitos planos econômicos, democracia e ditadura, momentos de expansão econômica e de crise e acompanhou o processo de industrialização do país. Por meio da Gelre e de seus livros, Jan Wiegerinck tem importante participação no processo de modernização das relações do trabalho. A Gelre foi uma das quatro empresas fundadoras da Asserttem (Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis de Trabalho Temporário), entidade que conseguiu, em 1974, a promulgação da Lei 6.019, que legalizou o trabalho temporário.
Para o doutor Jan, o trabalho temporário é a alternativa para atender uma demanda em determinado momento, “sem comprometer com pessoal a longo prazo”. Segundo o especialista em trabalho temporário, a vantagem para a empresa é a adaptabilidade. “A empresa pode adaptar o volume de produção e os seus custos à sua receita”, acrescenta. Doutor Jan defende o trabalho temporário como uma boa alternativa para atender uma situação específica. Exatamente por isso esse é o principal foco da Gelre, que tem 32 unidades no Brasil. A empresa tem uma unidade em Araçatuba.
Segundo Jan Wiegerinck, o trabalho temporário é muito antigo no país. Quanto à terceirização, ele disse que é mais recente. Surgiu com mais força há aproximadamente 20 anos, abrangendo setores de limpeza e conservação, segurança e refeição (refeitórios). As empresas começaram a terceirizar serviços não envolvidos diretamente na produção, como a limpeza e segurança. Depois veio a área de alimentação. “As empresas buscam especialistas em determinadas áreas”, disse.
O presidente da Gelre aprova o Programa de Proteção ao Emprego lançado neste ano pelo govero federal e que já teve a adesão de várias empresas. “A redução de jornadas de trabalho é bom para a empresa e para o trabalhador, que consegue manter o emprego”, disse.
Para o doutor Jan as muitas críticas à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) são injustificáveis. Porém, cita como grande problema o tratamento igual de todos os trabalhadores. Ele defende a livre negociação nas relações de trabalho a partir de um determinado patamar salarial. “Há profissionais com plena capacidade de negociar seu próprio salário e condições de trabalho. Outros já precisam da proteção legal”, explica o especialista. Segundo Jan Wiegerinck, muitos destes profissionais de alto nível depois recorrem à CLT e cobram indenizações milionárias. “A lei deve ser aplicada para salários até R$ 10 mil. A partir daí, estabelecer a livre negociação”, disse.
O doutor Jan defende a modernização das relações trabalhistas. “O empresário deve envolver o funcionário na empresa. O trabalhador deve ser ouvido em momento de decisão. O patronato deve abrir mais o diálogo com o trabalhador. Envolver a comissão de empregador. Com diálogo, há menos atritos”, enfatizou doutor.
ADMINISTRAR COM COMPETÊNCIA
Desde a sua fundação, há 52 anos, a Gelre dedica-se em buscar soluções para empresas e trabalhadores, seja por meio de serviços temporários ou terceirizados. Na maioria das vezes a Gelre é a própria solução na conturbada relação entre empresa e o mercado de trabalho. Especialista em administrar talentos, a Gelre busca equilíbrio entre os seus clientes, compatitibilizando interesse de trabalhadores e empresas.
“Os desafios foram muitos e variados. Houve épocas de desemprego e outras de falta de pessoal. Mas o principal desafio do ponto de vista da empresa foi, e é sempre, encontrar o equilíbrio entre as necessidades e as expectativas dos dois tipos de clientes: trabalhadores e empresas respeitando os legítimos interesses de ambos”, disse doutor Jan à imprensa.
TRANSTÓRIA
No Brasil há 60 anos, o doutor Jan Wiegerinck se mantém à frente da Gelre, mas tem uma equipe de trabalho bem preparada para levar adiante os seus ideais. Há algum tempo dedica parte de tempo a escrever. Tem vários livros editados e artigos publicados em veículos da imprensa. A temática de seus livros e artigos são as relações trabalhistas, a legislação e o desenvolvimento de qualidades.
Fonte: http://www.lr1.com.br/index.php?pagina=noticia&categoria=etc¬icia=65173
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