As redes sociais podem prejudicar a sua contratação?

Sim. E muito mais do que se imagina. Elas representam uma forma de comunicação global, acessadas por bilhões de pessoas. Por meio delas as pessoas podem trocar mensagens instantâneas a qualquer momento e em qualquer lugar do planeta.  E isso pode comprometer você.

As mensagens enviadas pela supervia de informação da internet, sem barreiras de tempo e espaço, atingem não só os públicos para os quais foram enviadas, mas todos os públicos a ela conectados. Tudo o que você coloca nessa rede pode ser rastreado inclusive seus mapas de navegação.

 O mundo virtual não é nada inocente. Nele não há privacidade. Ele vigia e controla tudo em altíssima velocidade, sem que possa ser controlado. Pode fazer tanto o bem quanto o mal, dar informações verdadeiras e falsas. Na internet tudo é grandioso: São bilhões de e-mails, tuítes, bilhões de fotos postadas e bilhões de vídeos no You Tube.

Mas, o que isso tem a ver com sua contratação por uma empresa? A facilidade do uso da internet e das redes sociais faz com que as pessoas se sintam à vontade para falar de si mesmas, de seus interesses, dar opiniões, fazer comentários, compartilhar ou curtir fatos desconhecidos ou que ridicularizam e humilham pessoas.

Cuidado, se você age sem critérios nas redes sociais, você está correndo muitos riscos. As empresas, quando procuram definir o perfil de um candidato, fazem pelas redes sociais o rastreamento de seu perfil, de suas atitudes, de seu comportamento, de suas ideias, de sua rede de relacionamentos, dos locais que frequenta, para entender sua personalidade. Em síntese: monitoram o que você diz, o que você pensa, com quem você conversa, as fotos que você apresenta, e ainda, tudo o que você costuma curtir. Suas manifestações dizem muito sobre você e podem lhe custar a contratação, ainda que você tenha um perfil desejado. A razão é simples como diz a Bíblia: a boca fala daquilo de que o coração está cheio.

Como evitar esse risco? Não coloque nas redes coisas que lhe podem prejudicar. Não fique contando vantagens e se exibindo. Não faça críticas às empresas nas quais trabalhou, a seus ex-chefes e colegas de trabalho. Não coloque posts dizendo que você odeia a empresa, que não gosta de ser comandado, não gosta de trabalhar, ou só trabalha por obrigação. Não diga que se não for logo promovido, deixará a empresa, nem que as empresas são exploradoras, tratam mal seus colaboradores, pagam mal, que você quer mais é gozar a vida. Não faça comentários maldosos e críticos sobre pessoas e empresas, ou sobre temas sensíveis como política, sexo, racismo, religião. Não comente temas que você não conhece. Muito cuidado com as fotos que você coloca nas redes. Evite fotos comprometedoras, que possam revelar comportamentos inadequados, extravagantes, irresponsáveis.

A regra é: não se exponha ingenuamente nas redes sociais. Você pode ser rastreado ou, em algum momento, ter sua privacidade exposta a milhares de pessoas de maneira que você não quer. As empresas estão atentas a você, ao seu comportamento nas redes sociais. Como as empresas fazem a varredura de seus antecedentes pessoais, também examinam o que se chama “antecedentes sociais”, ou seja, sua navegação nas redes sociais.  Se eles estiverem em desacordo com os valores e expectativas da empresa contratante, você não será contratado.

Autor: Fábio França – Consultor Sênior de Relações Públicas

Como fazer o seu currículo?

Em primeiro lugar, lembre-se de que é pelo currículo que você faz sua apresentação à empresa. Ele deve dar informações relevantes sobre você, sua formação, suas competências, habilidades, sua experiência de trabalho, seus objetivos profissionais. Por isso, ele precisa ser redigido de forma objetiva, direta, honesta e sucinta. Faça o currículo por tópicos para facilitar sua leitura.

• Dados pessoais. Apresente seus dados pessoais: nome, data de nascimento, estado civil, endereço, cidade, região onde mora, telefones, residencial e celular, e-mail.
• Seu objetivo. Diga qual é o seu objetivo na busca de um emprego, isto é, concentre-se no nível de seus conhecimentos e na sua experiência profissional. Deixe claro o que você quer fazer na empresa e por que se candidatou à vaga e como poderá colaborar com a empresa. Não diga que aceita qualquer trabalho, que você sabe fazer de tudo e aprenderá inglês em três meses. Focalize sua formação profissional.
• Formação. Explique qual é seu grau de escolaridade: nível médio, superior. Cite o nome das escolas e/ou faculdade, universidade onde estudou e também as datas de início e conclusão de seus cursos. Se você fez cursos de aperfeiçoamento curta duração, que agregaram valor a sua carreia, cite-os da mesma forma.
• Competências. As empresas procuram talentos, gente competente, empreendedora. Competência é aquilo que você sabe. Descreva sua experiência profissional, trabalhos realizados, responsabilidades assumidas, resultados alcançados.
• Idiomas. Explique o nível de seu conhecimento de idiomas, que pode ser básico, intermediário ou avançado. Omita a informação se não conhecer outro idioma.
• Tecnologia. Descreva o nível de conhecimento que tem de informática, de programas, citando os nomes desses programas e a habilidade que tem de seu uso.
• Informações complementares. Você pode concluir o currículo falando de outras atividades desenvolvidas em busca de seu aperfeiçoamento, por exemplo, execução de atividades voluntárias, viagens, estudos no exterior, cursos de especialização de curta duração, que agregaram valor ao seu desempenho.
• O que você não deve fazer. Colocar fotos, documentos, certificados de estudos, nomes de pessoas de sua família, autoelogios, cartas de recomendação, nomes de pessoas como referência, pretensão salarial, referências a seu emprego anterior. Nunca, nunca colocar informações falsas.
• Como redigir o currículo. A redação do currículo deve ser feita de modo impessoal, simplesmente relatar os fatos de maneira breve. Não pode conter erros de português. O texto deve ser formatado em uma tipologia normal, por isso, não use tipos fantasia, nem coloque fotos, ilustrações, enfeites, cores. Use papel branco e não colorido, nem perfumado. Seu currículo deve ser apresentado em uma página, uma página e meia e, no máximo, em duas. O currículo é uma peça informativa, os temas de interesse da empresa a respeito do candidato serão analisados na entrevista de emprego. Ao terminar, releia duas, três vezes seu currículo, melhorando ainda mais a sua redação. Para maior segurança, peça para que alguém o revise para você.
• Como enviar o seu currículo. Em geral os currículos são entregues nas agências de emprego, nas empresas, ou para elas enviados pelo correio. Hoje, porém, as agências de emprego e também as empresas preferem receber os currículos por email. Isso agiliza o processo de análise e classificação de currículos. Nesse caso, quanto mais reduzido for o currículo, melhor. Além das redes sociais, as empresas mantêm no menu de seus sites o item – Trabalhe conosco. Aproveite esse espaço para facilitar seus contatos com a empresa.

Autor: Fábio França

(*) Jan Wiegerinck

Na recente alteração da CLT pela lei 13.467/17 foi abolido o imposto sindical.

Penso que, ao estudar as consequências desta mudança, é importante, em primeiro lugar, fazer clara distinção entre sindicatos patronais e laborais.

Não vejo problema para os sindicatos patronais.

Dos países que conheço, só o Brasil os prevê e regulamenta. Penso que as empresas e os empregadores têm suas associações e organizações que são perfeitamente capazes de se organizarem para promover seus interesses.

A situação é bem diferente para a parcela da sociedade composta de empregados para os quais os sindicatos surgiram para atender suas necessidades. Individualmente, eles não conseguiam ser ouvidos e muito menos fazer valer seus legítimos anseios e interesses.

Observe-se, ainda, que no Brasil os sindicatos já existiam muito antes da CLT. Em 1870, surgiu no Rio de Janeiro a Liga Operária que deu origem a muitas outras iniciativas. Mas a CLT veio mudar totalmente este quadro. E a criação do imposto sindical faz parte desta mudança.

O Prof. Evaristo de Morais Filho escreveu, já em 1952, seu livro “O problema do Sindicato único do Brasil” no qual expôs as distorções existentes na implantação do sistema sindical da CLT.

Penso que o ponto crucial é o fato de que, com a CLT, foi retirada do trabalhador brasileiro a liberdade de decidir de que sindicato quer participar.

Esta liberdade é ponto fundamental da convenção nº 87/1948 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), nunca assinada pelo Brasil.

Esta liberdade consta também da Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas, de 10 de dezembro de 1948, artigo XX, que trata da liberdade de associação.

Sugiro que, na sequência das reformas trabalhistas que, sem dúvida virão, não esqueçamos de pensar também nessa liberdade.

A OIT está preparando para junho de 2019 um Congresso Mundial sobre o futuro do emprego.

Quando a OIT foi fundada, em 1919, em decorrência do fim da primeira guerra mundial, a situação social e as relações no mundo de trabalho eram bem outras.

Penso que sindicatos continuarão a ser necessários para, pelo diálogo, intermediar o entendimento entre partes com interesses diferentes, para não dizer conflitantes, e por meio dele conquistar e manter um clima de paz social, que promova um trabalho constante de busca da justiça.

(*) Jan Wiegerinck é presidente da Organização Gelre

Fonte: Jornal Empresas & Negócios, pág. 13 – 27/03/18